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Arranjos partidários mexem na identidade ideológica das siglas

Para cientista político, esses arranjos partidários são recebidos pela população muitas vezes apenas como busca por melhores condições eleitorais.

02/03/2020 08:16

A expectativa de uma intensa movimentação de políticos na procura por novos partidos, no entanto, coloca em risco a questão da representatividade ideológica dessas agremiações junto a sociedade, é o que avalia o professor doutor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Vitor Sandes.

Apesar de entender o período da janela eleitoral como uma importante ferramenta para dar mais mobilidade aos políticos de mandato, principalmente em pleitos sem coligações proporcionais como o deste ano, o docente faz ressalvas quanto ao impacto disso para a questão da identificação do vínculo ideológico desses candidatos.


Especialista ressalta que as mudanças contribuem para definhar siglas - Foto: Jailson Soares/O Dia

Para Sandes, o problema é que esses rearranjos partidários são percebidos pela população, muitas vezes, apenas como a busca por melhores condições eleitorais. “Isso enfraquece a ideia de partido como agremiação ou organização que defende ideias e que busca alcançar, de fato, algo fixo e de maior durabilidade, ou seja, que existem candidaturas do partido e não de candidatos em partidos”, disse.

Por conta disso, Sandes ainda enfatiza que este cenário pode contribuir para definhar, ainda mais, a política partidária, cada vez mais rechaçada por parte do eleitorado. “O cidadão termina compreendendo o partido é apenas como uma sigla, ao perceber que essas mudanças acontecem apenas por conta de uma formalidade jurídica”, pontua.

Por: Breno Cavalcante, do Jornal O Dia
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